“Estou sempre disposta e preparada para fazer a vontade de Deus em tudo e para tudo, e pelo bem da Congregação darei minha vida”.
Desde o dia 8 de dezembro de 1871, quando a Madre Cândida Maria de Jesus soube que ela e suas filhas haviam sido chamadas “não ao descanso, mas ao trabalho” e que “a obra que lhes fora encomendada não era delas, mas de Deus”… começou a olhá-la como de Deus, sem poupar sacrifícios nem fadigas, vivendo-o em plenitude.
Tal plenitude foi se diversificando em fatos concretos, em práticas palpáveis, colocando em relevo a qualidade espiritual e o valor humano de uma mulher: Cândida Maria de Jesus.
Ao vê-la nascer, ninguém havia perguntado:
– Que será esta menina?
Mas, quando o carisma que lhe concedera a Sma. Trindade começou a ser posto em jogo, o valor da Madre Cândida despertou assombro e admiração.
O carisma lhe fora posto nas mãos como instrumento de salvação para muitas pessoas. Como não defendê-lo com todas as forças?
Muitas testemunhas de sua vida concordam em que essa fortaleza constante, com que a Madre Cândida realizou tantas e às vezes tão difíceis coisas, estava bem radicada no abandono em Deus, na confiança ilimitada em sua divina providência.
“Eu quero o que Deus queria, tudo o que Ele queira. Conhecer sua vontade e cumpri-la com toda perfeição”.
Quando a vida da Madre Cândida alcançou aqui na terra a identificação com Deus, como esses seus desejos nos levam a perceber; quando seu Instituto já estava solidamente instituído, com aprovação governamental conseguida muitos anos antes; quando a Igreja já havia dado sobre ele a última palavra; quando sua existência alcançara a plenitude carregada de merecimentos, chegou para ela a hora de morrer e não foi inesperada nem prematura. Era boa a hora de morrer. E morreu, por isso, a boa morte.
Aconteceu quando devia acontecer, sem surpresa para ela, em plena maturidade, proporcionando-lhe a magnífica ocasião de viver sua morte, de ser, morrendo, como fora vivendo.
No dia 9 de agosto de 1912, às cinco horas da tarde, em Salamanca, a Madre Cândida Maria de Jesus morreu sua própria morte, a morte que havia preparado.
Por esse motivo, aquela morte teve amor, sentido e urgência.
O amor da última e incondicional entrega, como haviam sido todas as precedentes.
O sentido de quem dá tudo e se dá: “Pelo bem da Congregação darei minha vida”.
A urgência de uma resposta fiel ao chamado de Deus – o último – para entrar na felicidade que duraria para sempre.
Roma, vigília da Ressurreição do Senhor, 1990
Fonte: Livro – Aonde Deus te chame