Após mais de duas semanas em quarentena, a saúde mental e emocional dos professores e colaboradores passou a ser um dos pontos de atenção para a Rede Filhas de Jesus. A ansiedade e o estresse, quase sempre inevitáveis em momentos como o que o país está passando, pode afetar o emocional das pessoas, preocupação que aumenta quando se trata de profissionais que têm como ocupação cuidar e educar crianças e adolescentes.
Grande parte dos alunos em isolamento social tem recebido o apoio da escola, mesmo à distância. São aulas online, exercícios, dicas de atividades, livros e filmes. Conversas virtuais e apoio pedagógico. Essas iniciativas têm ajudado os pais a manterem a rotina das crianças e a passarem a sensação de segurança e tranquilidade de que tudo ficará bem.
Para Carla Correa, mãe da Laura, que é aluna do 4º ano no CIC-BH, o papel dos professores é muito importante nesse momento.
“Vemos as escolas se desdobrando para fazer o melhor. Promovendo o envio de atividades, sugestões de estudos e até mesmo as aulas online. Fortalecendo as relações entre alunos e professores e, principalmente, mostrando o quão é necessário esse contato e essa rotina para seguirmos nos preservando em prol da vida, da solidariedade e, principalmente, da continuidade dos nossos propósitos na busca de conhecimento e estudo”, disse ela.
Mas como manter o equilíbrio mental e emocional desses profissionais que tiveram de se reinventar e inovar as formas de ensino em tão pouco tempo? Professores, profissionais de tecnologia, pedagogos, assistentes sociais, diretores, auxiliares e vários outros colaboradores que, além de aprenderem novas formas de trabalhar e ensinar, também são pais, mães e filhos em isolamento.
Pensando nisso, a Rede Filhas de Jesus, que possui unidades escolares nas cidades de Belo Horizonte (Colégio Imaculada Conceição), Leopoldina (Colégio Imaculada Conceição), Campinas (Instituto Educacional Imaculada), Mogi Mirim (Instituto Educacional Imaculada Conceição) e Bragança Paulista (Instituto Educacional Coração de Jesus); além das obras sociais em Belo Horizonte (SJO), Montes Claros (OSNSF) e Rio de Janeiro (Stella Maris), passou a oferecer apoio psicológico aos colaboradores e professores.
A Rede, em parceria com a Espaço Crescerh, destinou um número de telefone, para chamadas ou WhatsApp, exclusivamente para esse atendimento. Através desse contato, o educador pode agendar um horário e conversar com um psicólogo, quantas vezes achar necessário.
Para o psicólogo e consultor de RH, Rodrigo Sávio, responsável pelo projeto de atendimento psicológico da Rede Filhas de Jesus, o tempo de isolamento pede cuidados especiais.
“O isolamento pode desencadear emoções e conflitos que a rotina do dia a dia não permite que floresçam em nós. A falta de contato social pode fazer com que essas questões, até então guardadas, manifestem-se e não consigam ser devidamente canalizadas. Ter um apoio adequado para lidar com isso pode ser um diferencial para manter a qualidade de vida mental”, explicou ele.
Para a coordenadora pedagógica da Rede, Cássia Lara Neves de Araújo, essa iniciativa está diretamente relacionada com a missão e com os valores da Congregação das Filhas de Jesus.
“A Rede Filhas de Jesus é uma organização com valores bem definidos. Mas não basta estabelecer valores, eles precisam ser vivenciados e transformados em ações concretas e cotidianas. Temos muito fortes os valores da acolhida e da escuta atenta, e nesse momento de isolamento não poderia ser diferente. Nossos educadores, docentes ou não, estão tendo de se reinventar de uma hora para outra. Sem a interação cotidiana, um esgotamento pode surgir. Um estresse em razão da alta demanda e um senso de responsabilidade para dar conta de tudo a tempo e a hora. Por isso, um canal de escuta, de apoio, de orientação e de incentivo foi pensado com muito carinho. Espiritualidade e apoio emocional nesse momento de crise e isolamento social são muito importantes”, declarou.
A Rede Filhas de Jesus conta, atualmente, com mais de 1.300 profissionais que atendem cerca de 6 mil alunos em várias partes do Brasil.
Por Renata Dantas
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