Sobre “agostos e corações amassados…”

Enxergar o mundo pela lente do amor e servir gratuita e incondicionalmente, tendo como mirada a fraternidade universal é a utopia nossa de cada dia.

 

E vamos nos despedindo de Agosto que está chegando ao fim.
Mês que nos convida a refletir e a saudar a vocação de diáconos, presbíteros e bispos, a vocação das pessoas de vida consagrada, as vocações do pai, da mãe e dos filhos, a vocação matrimonial, a vocação dos cristãos leigos e seus diversos serviços na comunidade, os catequistas e também o voluntariado.

Lembrei-me de uma daquelas vivências de espiritualidade e mística no início de um encontro setorial há vários anos atrás, sob a batuta de uma colega, assistente social, do Rio de Janeiro.
Na dinâmica, de forma resumida, cada um(a) tinha que deixar escrito uma mensagem num coração delicadamente recortado à mão.

 

 

A viagem até Belo Horizonte, fez com que vários corações em papel vermelho estivessem amassados, inclusive o que eu recebi. Foi instantânea a simbologia: – a gente estava ali reunidos(as) porque cada um de nós tinha o “coração amassado”.

Podia estar batendo alegre e saltitante, simplesmente, em gratidão a toda sorte de bênçãos que cada um(a) de nós carregava, mas nossos corações estavam “amassados”.

Uma realidade de desigualdade, de injustiça social, de acumulação cega deixava (e ainda deixa) nossas mentes e nossos corações desalentados, mas disponíveis e ávidos para ajudar a mudar a realidade.

E é aí que, “corações amassados” que somos todos nós, nos encontramos com esse mês de agosto vocacional.

A “turma do coração amassado” se faz vocação sacerdotal, vocação de vida consagrada, vocação de militância, vocação de prestação de serviços à comunidade, vocação catequista, vocação matrimonial, vocação voluntária…

 

 

São várias “pontes vocacionais” que nos interligam e nos conectam ao outro de forma aberta, despretensiosa, humana e solidária.

Diante de tantas expressões de gratuidade, impossível nos despedir deste agosto e não recordar o ensinamento de Santo Inácio de Loyola: “Em tudo, amar e servir”.

Aquele amor e serviço que revelam a nossa humanidade, transcendendo religiões e crenças.
Enxergar o mundo pela lente do amor e servir gratuita e incondicionalmente, tendo como mirada a fraternidade universal é a utopia nossa de cada dia.

Na tradição inaciana, somos convidados a crescer na fé e no desejo de mais amar e servir a Deus e aos irmãos.

 

 

Na adesão incondicional da defesa da vida, especialmente onde ela estiver ameaçada, somos todas e todos convidadas (os) a compartilhar nossos dons e a viver com generosidade as escolhas que fazemos todo dia.

Nas palavras do Papa Francisco: “A cultura da solidariedade expressa concretamente a participação na construção de uma sociedade fraterna, no centro da qual está a pessoa humana”.

Na esteira inaciana, as Filhas de Jesus nos convidam a viver em fraternidade para com todos, na gratuidade, na simplicidade e na alegria e se irmanam com educadores, estudantes, jovens, missionários, voluntários numa sinergia de bem querer.

Plenos de valores cristãos e cidadãos, amar e servir é um campo de intercessão que une a muitos.
Vivemos tempos onde o amor e o serviço precisam encontrar muitos rostos, diferentes nomes, muitas gargalhadas, muitas lágrimas, abraços, promessas, testemunhos de fé, partilha de valores e braços disponíveis para “desamassar corações” pelo mundo afora.

Sigamos a gosto de Deus!

 

Por Maria José Brant (Deka)
Assistente Social, Mestra em Gestão Social, Missionária Madre Cândida

 

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