02 de abril de 1869, o dia que não acabou!

Sua trajetória de fé, devoção e caridade nutria, de forma crescente, sua inquietude, seu desejo de servir, sua vontade de ser toda só para Deus.

 

A cada 02 de abril, fazemos memória à inspiração vocacional da nossa Madre fundadora, uma jovem espanhola de 23 anos, chamada Juana Josefa Cipitria e Barriola.

Na igreja do Rosarillo em Valladolid na Espanha, diante do altar da Sagrada Família, em 02 de abril de 1869, ela entendeu o que Deus queria dela: “Fundar uma congregação com o nome de Filhas de Jesus, dedicada à salvação de almas, por meio da educação cristã e instrução de crianças e jovens”.

Nascida em Andoain, na Espanha, em 31 de maio de 1845, Juana Josefa era oriunda de uma humilde família de tecelões. Pelas condições socioeconômicas da Espanha nessa época, deixou muito cedo sua terra natal para trabalhar como doméstica e colaborar com o sustento da família, que contava com 7 filhas ao todo.

Levou consigo uma indignação fundante e o tímido desejo de mudar a situação de empobrecimento de tantos, especialmente, da condição social das mulheres. Na sua trajetória como doméstica na casa de famílias, mesmo correndo riscos de ficar sem trabalho e causando certo incômodo por onde passou, carregava consigo uma convicção: “Onde não há lugar para meus pobres, também não há lugar para mim”.

Sua trajetória de fé, devoção e caridade nutria, de forma crescente, sua inquietude, seu desejo de servir, sua vontade de ser toda só para Deus.

E foi diante do altar do Rosarillo, um retábulo que expressa a Sagrada Família e a Santíssima Trindade, num momento de oração, que se traduziu em inspiração, a mensagem vocacional que ela tanto aspirava: oportunizar educação para mulheres, crianças e jovens.

Esse dom da inspiração, celebrado incansavelmente a cada 02 de abril, nos convida a revisitar a “espiritualidade expressa no Rosarillo”:

– No sentido vertical em direção a Deus, reafirmando a confiança em sua presença e sentido horizontal: abraçando as famílias e as realidades diversas que as envolvem.

Impensável seria que essa inspiração traduzida na missão de “Educar evangelizando e Evangelizar Educando” pudesse se concretizar pelas mãos de uma jovem, mulher pobre, de formação educacional bem básica, que imprimiu uma ousadia missionária movida pelo Espirito Santo e pelas providências divinas.

Mas foi o que aconteceu. A Congregação das Filhas de Jesus é uma realidade que se concretiza a partir da presença em escolas e espaços educacionais diversos pelo mundo afora.

Hoje, 154 anos depois dessa inspiração, devemos tomar como atitude cotidiana das nossas escolhas a lição que o Rosarillo nos ensina:

– Estarmos abertos ao diálogo e à percepção dos dons que Deus nos entrega na caminhada de cada um de nós, fazendo escolhas que se conectem à realidade das famílias e às exigências que se nos impõem, a cada tempo.

Vamos tomar o Rosarillo como inspiração de projeto(s) de vida e seguir dando vitalidade e somando com entusiasmo a inspiração de 02 de abril de 1869.

Por Maria José Brant (Deka)
Assistente Social, Mestra em Gestão Social, Missionária Madre Cândida

 

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