“Eu quero ver. Eu quero ver acontecer um sonho bom, sonho de muitos acontecer”.
“Expia só” … tem muitas luzes. Queremos ver acontecer e sermos ajudantes na missão de Cristo em nossas particularidades escolares e obras sociais.
Motivados pelos valores de Acolhida e Alegria, próprios do carisma de Santa Cândida Maria de Jesus, reuniram-se em Belo Horizonte, nos dias 1 a 3 de setembro de 2023, na casa Santíssima Trindade, as equipes de pastoral da Rede Filhas de Jesus, com o propósito de trilhar um caminho onde se possa semear, cultivar e frutificar vida dignificada, à luz do evangelho de Jesus Cristo. Na construção desse caminho, estiveram presentes os Pastoralistas dos colégios e obras, as irmãs Filhas de Jesus, o coordenador de Pastoral, além das participações especiais da gestora educacional da Rede Filhas de Jesus, Cassia Lara Neves, da Ir. Maria Inês Furtado de Mendonça e de nossa provincial Ir. Sônia Maria.
O ponto de partida apresentado para o encontro, pelo Coordenador Claudio Cassimiro, foi de Encontrar, Partilhar, Construir Juntos e Criar uma Equipe Forte e Ousada. O sentimento ao final do encontro foi de missão iniciada com sucesso. Sentimento de comunhão, de unidade, de esperança, onde todos saíram empenhados em fazer acontecer, de fato, uma Pastoral viva e eficaz no processo educacional de nossas comunidades educativas.
Perguntas… elas movem o conhecimento, o saber.
No tempo vivido, como pode-se atualizar a identidade e o carisma de Madre Cândida (educadora) em nossa missão escolar?
• Qual a escola que Santa Cândida sonhou?
• Qual o sentido que Santa Cândida dava a escola?
Para essas perguntas, Irmã Maria Inês trouxe-nos algumas provocações pertinentes, que demonstram a escola que Santa Cândida propusera em sua vida. Escola que tinha como norte a figura de Jesus Cristo e que se concretizava nas relações entre as alunas, irmãs e famílias. Santa Cândida pretendia envolver a todos nesse processo educativo, que ao mesmo tempo evangelizava, formando suas alunas não apenas em disciplinas curriculares, mas formando seres humanizados, que dialogam com suas realidades.
Tivemos o privilégio de ler algo tão profundo…
Individualmente, lemos o texto destacando os pontos que achamos mais importantes e então, junto com a Irmã Maria Inês, entendemos que o principal objetivo das escolas de Madre Cândida é colocar o nosso aluno no encontro com Jesus. Nossas escolas têm que ter unidade, um momento de pararmos para refletir. É necessário ter discernimento e falar o que não está adequado.
Com a mediação do pastoralista Pedro, fizemos uma roda de conversa e destacamos os pontos mais importantes dentro deste documento. É necessário entender que em nossas escolas ensinamos os conteúdos exigidos, mas a instrução religiosa tem que ocupar o lugar principal. Então, vem daí a nossa missão como pastoral: Como podemos fazer voltar a esse carisma?
A leitura desse documento e a contextualização proporcionou um novo olhar para nossa própria história, provocando uma grata surpresa, pois o princípio e o fundamento da ação educativa de Santa Cândida é Jesus Cristo. Logo, esse deve ser o centro de todas as ações, reflexões e discernimentos em quaisquer áreas das instituições educativas, deixando claro o papel da Pastoral no desenvolvimento da missão das Filhas de Jesus. Papel de colocar as criaturas em encontro com Jesus sendo explícitos no anúncio D’ele e proporcionando a experiência desse Deus que se conecta com as pessoas de diferentes maneiras e meios.
“Orar costuma fazer bem. O coração de quem se entrega à oração tem mil histórias pra contar” …
Ao iniciar o segundo dia, o coordenador de Pastoral Cláudio Cassimiro nos motivou a um momento de oração pessoal, tendo como texto bíblico: Mateus 25,14-30.
A proposta foi de fazer uma audiência íntima/particular: como Jesus precisa ser apresentado? Qual Deus conhecemos? Com qual Jesus temos intimidade?
Nessa perspectiva, a parábola dos talentos proporcionou algumas reflexões que foram partilhadas e possibilitaram notar alguns apelos: é preciso ousadia, precisa-se de coragem e de proximidade com Deus, para que possa haver condições de apresentar Jesus de maneira simples, porém profunda às pessoas.
Perguntas pertinentes que surgiram na oração….
– Com qual Deus tenho tido audiências reservadas, privadas?
– O que tem atraído você no relacionamento com o Senhor?
– Que risco tem corrido?
– Percebe a presença de Deus onde você está?
– Nesse tempo, como você se abre ao que o Senhor te pede ou te dá coisas para construção do Reino?
Por que queremos ensinar o que ensinamos?
A gestora educacional da Rede, Cássia Lara, trouxe-nos a temática: “Ensino Religioso e Pastoral Escolar: entraves e possibilidades para o diálogo”.
Entendemos e discutimos qual a diferença entre pastoral escolar e ensino religioso. Ambas têm suas fontes na atitude cristã do cuidar, para que seja guiado pelo compromisso com o outro, pela gratuidade e bondade. Porém, a Pastoral Escolar tem o papel de cuidar para explicitar, dinamizar e celebrar os sentidos e valores pelos quais a escola é regida.
É necessário atuar em Rede sempre atento às necessidades locais. A palavra CORAGEM nos apareceu em destaque neste processo de educar a comunidade educativa.
Obviamente, a distinção dos campos não exclui possíveis parcerias, assim como pode haver parcerias com outras disciplinas, pois todas contribuem para a Glória de Deus e o bem do próximo, como sugere o Nosso Modo Próprio de Educar.
Justamente por essa razão, Cassia apresentou um pouco do GT de Ensino Religioso, onde se está fazendo um projeto comum para a construção de um currículo edificante e condizente com o nosso modo de ser escola.
“Recordar é viver….”
A pastoralista Ana Gabriela nos ajudou a relembrar os momentos que já vivemos como Pastoral dentro da Rede Filhas de Jesus. À luz do Papa Francisco, compreendemos que é necessário “olhar o passado com gratidão, viver o presente com paixão e abraçar o futuro com esperança”. Tudo que vivemos nos trouxe até aqui, e é preciso ser grato por todos os ensinamentos e pensar em um futuro diferente e promissor para as nossas Pastorais.
Essa recordação propiciou lembrar do caminho, mas principalmente, perceber que ainda tem muito a se fazer, tem muito a caminhar e que tudo foi importante para chegarmos no hoje, e será importante para alcançar o amanhã que se desenha, enquanto rede. Perceber as pessoas que construíram essa história é fundamental para entender que Santa Cândida, ainda hoje, cativa muitos corações para se empenhar em seu sonho de uma educação inclusiva, integral e edificante.
E agora? Prospectar? Criar?
PROPACOR – Projeto Pastoral Comum da Rede. O objetivo principal desse plano é de promover uma compreensão do carisma da Congregação das Filhas de Jesus e de uma escola em Pastoral que articule sua identidade aberta aos novos desafios da evangelização de forma integral, participativa e intercultural.
Em um segundo momento, em duplas, foi realizada uma dinâmica onde reescreveu-se o projeto de algumas ações realizadas pelas pastorais, para criar um padrão e unidade. Essa releitura permitiu a atualização de algumas atividades que ocorrem em todas as unidades e, também fomentou a possibilidade de realização de atividades que não ocorrem em todas as unidades.
Outro rico momento foi de uma assembleia, na qual todos puderam opinar sobre as propostas pensadas e acrescentar ideias para os projetos apresentados. A participação de todos fez com que a assembleia tivesse continuidade pelo domingo de manhã.
Começamos o domingo com oração comunitária rezando a missão e enviados/as a sermos uma Igreja em saída.
Iniciamos com uma oração comunitária motivada pelas Irmãs Gisélia e Silvestra que nos trouxeram uma reflexão de uma Igreja em Saída. Como podemos ousar em nossa missão.
“Escuta Israel teu Deus vai falar”… essa fala traz a voz de Deus para nossa missão…
Fala da Madre Superiora. Irmã Sônia Maria
De maneira remota, a provincial, Ir. Sônia Maria, utilizou de alguns minutos para motivar, encher de esperanças e, principalmente, dar as mãos aos pastoralistas nesta missão de levar Jesus a todos os corações.
Suas palavras encorajam e comungam integralmente com a experiência vivida durante todo o encontro, estabelecendo uma verdadeira unidade. Mesmo estando em Roma, ela remete a importância de colocarmos Jesus no centro do processo educativo, ela pede ajuda na união de forças a essa missão, ela chama a atualizar o modo sem perder a essência, ela questiona o caminho ao qual se deve seguir e a identidade que nossas escolas estão imprimindo no mundo, ela solicita que se dê ênfase nas possibilidades e não nas dificuldades.
Uma fala muito motivadora. Fomos chamados a voltar a essência de Madre Cândida, a Madre educadora. Como pastoral, assim como os pastores que cuidam de suas ovelhas, temos a missão de cuidar da transmissão do Carisma em todos os membros da comunidade educativa. As irmãs estão empenhadas e buscando meios de nos ajudar na unidade. E ficamos com a reflexão: Qual a Pastoral que move a minha escola? Nossa missão é MUITO grande: Educar Evangelizando e Evangelizar Educando.
Ir. Sônia convida a contemplar a imagem do Bom Pastor para lembrar que o pastor dá a vida pelo seu rebanho e o papel do cuidado é de extrema responsabilidade da pastoral, pois o centro da ação pastoral é o cuidado, principalmente no âmbito da acolhida e da atenção. Ela também adverte que não se pode mais improvisar, e é necessário planejar conectado aos alunos e às realidades.
Já pelo fim de sua fala ela utiliza a expressão “sem pressa, mas sem pausa” para situar o atual momento do trabalho desenvolvido, estimulando a prática de tudo trabalhado, pensado e vivido.
Ao final, celebramos a Eucaristia na Casa de Nazaré junto daquelas que nos precederam e por isso podemos estar aqui e rezam por nós…
Não teria melhor maneira de encerrar o encontro de Pastoralistas da Rede Filhas de Jesus se não fosse junto das irmãs que trilharam o caminho que hoje percorremos. A Ir. Gislene, superiora da casa de Nazaré, fez o convite para participarmos da Eucaristia que teve como Evangelho parte do “discurso comunitário” onde Jesus nos fala sobre a importância das relações. Assim como o Pastor se relaciona com suas ovelhas, todos são chamados a se relacionar com os irmãos e irmãs. O fim da missa foi marcado por encontros, simpatia das irmãs e muita fraternidade, confirmando essa parceria necessária para a continuidade da missão!
Equipe de Pastoral da Rede Filhas de Jesus
