A aula prática constitui um importante recurso metodológico facilitador do processo de ensino-aprendizagem.
Sabemos que um dos grandes desafios de hoje, na educação, é oferecer uma aprendizagem efetiva para a diversidade de adolescentes presentes em nossas escolas.
Somente o uso do método com aulas tradicionais não atende as necessidades da geração atual de estudantes. Precisamos ir além.
É necessário desafiar e proporcionar aulas, independentemente do componente curricular, nas quais esses alunos possam experimentar o que foi ensinado e desenvolver habilidades como: comunicação e argumentação, colaboração, criatividade, empatia, autonomia, resolução de problemas, pensamento crítico, bem como a motivação e o interesse.
As aulas práticas e os projetos pedagógicos desempenham esse papel crucial na formação educacional, oferecendo aos estudantes a oportunidade de aplicar conhecimentos teóricos em situações reais e simuladas. É importante salientar que essas abordagens práticas são transversais em todos os segmentos da vida escolar. Essa metodologia de ensino não apenas reforça a teoria, mas também desenvolve as habilidades práticas citadas, promovendo uma compreensão mais profunda e significativa dos conteúdos abordados.
No Colégio Imaculada Conceição de Leopoldina, contamos com laboratórios completos de Linguagens, Matemática e Ciências da Natureza, que nos possibilitam oferecer, frequentemente, atividades práticas diversas para nossos alunos, contribuindo para planejar, organizar e potencializar as intencionalidades do Projeto Educativo. Através da execução dos experimentos nos laboratórios, eles são capazes de observar diretamente os efeitos e resultados de suas ações, o que facilita a assimilação dos conceitos teóricos. Essa abordagem prática ajuda a solidificar o conhecimento, tornando-o mais concreto, aplicável e significativo. Pautamos nosso modo de educar em uma educação mais livre, criativa, possibilitando experiências de aprendizagem.
Outro exemplo dessa metodologia é o nosso Projeto Raízes. O projeto foi implementado pela professora de História, Virginia Cabral, e as atividades objetivam valorizar as culturas afro-brasileiras e dos povos originários, desenvolver atitudes de respeito às etnias, combater estereótipos e preconceitos e trazer ao centro das discussões a Lei 1.063/2003, que tornou obrigatório o ensino da história da cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas, públicas e particulares, do Fundamental ao Ensino Médio.
Nesse projeto, alunos do 6º e 7º anos do Ensino Fundamental Anos Finais confeccionam cartazes mostrando, através de imagens, a importância dessas culturas. Os alunos do Ensino Médio elaboram um caderno de atividades apresentando o conteúdo de forma lúdica sob a supervisão da Professora Virginia Cabral, idealizadora do Projeto. Preparam e levam para escola alimentos e artesanatos de origem africana e indígena para uma feira que culmina o Projeto e acontece durante todo o dia, alcançando o público-alvo da Educação Infantil ao Ensino Médio. Nesse dia de culminância, os alunos apresentam coreografias tradicionais, juntamente com o grupo Pérola Negra, um grupo que, através da sua arte dançante, conscientiza seus membros e o público da importância do negro na sociedade. Os alimentos, artesanatos e o caderno de atividades são vendidos e toda a renda é destinada à Comunidade Terapêutica Levanta de Novo, que presta um serviço conceituado no auxílio e orientação a dependentes químicos e familiares, promovendo a vida e resgatando a dignidade humana na região.
Reaver e valorizar a história, a cultura afro-brasileira e dos povos originários é um passo inicial rumo à reparação humanitária para esses cidadãos, pois abre caminhos para a nação brasileira adotar medidas para corrigir danos sociais, físicos e psicológicos resultantes do racismo e de formas conexas de discriminação.
Enfim, a aula prática é uma importante ferramenta pedagógica para o desenvolvimento de habilidades e competências, transformando o estudante em sujeito da aprendizagem para a construção significativa do conhecimento.
Por Maria Cecília Quaresma
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