Ano letivo sem bullying

Programas preventivos para evitar o problema nas escolas

Com frequência, ouvimos que os jovens são o futuro. E que um futuro promissor tem relação direta com uma juventude saudável e bem instruída. Por isso, a educação costuma protagonizar as pautas que tratam da infância e da adolescência. Afinal, é um direito básico garantido por Constituição e figura entre as grandes preocupações de quem vive no Brasil – uma pesquisa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), realizada entre 2011 e 2015, aponta que o tema encabeça a lista de questões mais valorizadas pelos brasileiros. Nesse contexto, o ambiente escolar, assim como seus agentes educadores, tem papel fundamental para a construção de um amanhã melhor – e para a formação daqueles que serão parte dele.

Mas, além de um espaço de transmissão de conhecimento, a escola também é um lugar de interação social; e, por vezes, esse convívio não acontece de forma saudável. Definido como uma das formas de violência que mais crescem no mundo, o bullying é um tema preocupante e recorrente no ambiente educacional, que está diretamente ligado ao processo de aprendizagem do aluno. A questão perpassa brincadeiras e piadas de mau gosto e se torna um problema bastante democrático, afetando estudantes de todas as idades em diversos contextos sociais.

Com apoio e prevenção, o Programa “Escola Sem Bullying” luta contra o bullying e a violência no ambiente escolar

É nessa conjuntura que a Abrace – Programas Preventivos atua, buscando instruir alunos, e capacitando professores e funcionários para agirem de maneira efetiva diante do problema. Com uma abordagem pedagógica leve e instrutiva, a instituição criou o Programa “Escola Sem Bullying”. O Programa, com vasta experiência no assunto, possui ação interdisciplinar e combate a questão em diferentes frentes. Com uma grade que inclui pesquisas para medição do índice de bullying escolar, cursos de capacitação para educadores, palestras para alunos e famílias, planos de aula, livros paradidáticos exclusivos, sendo 12 títulos com abordagens voltadas para o tema e específicas para cada faixa etária, que abrangem a Educação Infantil ao 3° ano do Ensino Médio. Além do auxílio na criação de políticas pedagógicas de prevenção, disponibilização de aplicativo para combater o cyberbullying e apoio na intervenção e mediação de casos de se torne uma página virada na vida de jovens e profissionais.

O diretor-geral da instituição, Especialista em Prevenção ao Bullying pela Clemson University, e Especialista em Práticas Restaurativas pelo Internacional Institute for Restorative Practices, Benjamim Horta, destaca os resultados positivos já obtidos pelo programa ao longo de suas aplicações: “foi constatado que, por meio de todas as ações pedagógicas aplicadas no “Escola Sem Bullying”, conseguimos alcançar uma redução significativa na prática do bullying nas escolas.” À medida que o Programa é aplicado, professores relatam um maior interesse dos alunos pela escola e uma melhora até mesmo no rendimento acadêmico. “É preciso reconceituar o tema, suas definições e critérios de identificação, com o objetivo de levantar questões que dizem respeito não somente ao que é certo ou errado, bem ou mal. Mas sim ao que é ético, moral e excelente, e de como essas questões podem nos ajudar a compreender a humanidade do ponto de vista autônomo e empático, possibilitando a reumanização da sociedade”, finaliza Horta, que conta com uma perspectiva bastante animadora impulsionando seu trabalho: “além de ajudarmos as vítimas, notamos uma mudança efetiva no comportamento dos agressores. Alunos que praticam bullying na adolescência tem quatro vezes mais chances de terem passagens pela polícia até os 24 anos de idade, e o formato de disciplina positiva utilizado no Programa alcança o agressor em sua demanda específica.”

Bullying: o panorama de um problema nacional

Segundo estudos, 40% dos estudantes já sofreram algum tipo de bullying no ambiente escolar. A violência atinge alunos e educadores e desponta como uma forte causa para dificuldades de concentração e desenvolvimento. Diante desse quadro, a Abrace – Programas Preventivos ajuda instituições a prevenir e controlar o problema.

Ainda, cerca de 38% das escolas brasileiras dizem enfrentar problemas de bullying, segundo dados do 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, levantamento realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Se as razões costumam ser nebulosas, as consequências, porém, são bastante claras: além de um possível isolamento e de queda do rendimento escolar, crianças e adolescentes vítimas desse tipo de violência podem apresentar doenças psicossomáticas e sofrer traumas que influenciem seu desenvolvimento emocional e cognitivo. Em casos extremos, o bullying pode levar o jovem a considerar opções trágicas, como o suicídio.

Apesar de parecer um problema exclusivo das novas gerações, o bullying, desligado de sua terminologia, sempre existiu. No entanto, o primeiro a relacionar a palavra ao fenômeno foi o professor da Universidade da Noruega, Dan Olweus, no fim da década de 1970. Estudando tendências suicidas entre adolescentes, ele descobriu que a maioria das vítimas tinha sofrido algum tipo de abuso ou ameaça e que, aquilo que parece, à primeira vista, uma mera brincadeira, pode afetar emocional e fisicamente o alvo da ofensa.

Prevenção como chave para um país sem bullying

Com o passar do tempo, as consequências dramáticas de tais ações e a impunidade que lhes acobertava deram destaque à necessidade de discutir o tema de forma mais séria. Em 2015 entrou em vigor, em todo o território nacional, a Lei do Programa de Combate à Intimidação Sistemática. Na prática, a lei 13.185 define o que é bullying e como as escolas devem agir para evitá-lo.


Outra Lei que foi aprovada em 2018, visa reforçar o combate ao bullying nas instituições de ensino. Ela acrescenta, ao artigo 12 da Lei n° 9.394 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) dois incisos que determinam que “todos os estabelecimentos de ensino terão como incumbência promover medidas de conscientização, de prevenção e de combate a todos os tipos de violência”.

Em suma, todo ato de violência física ou psicológica praticado por uma ou mais pessoas na tentativa de intimidar e agredir alguém deve ser combatido pelas instituições de ensino por meio de programas de prevenção e conscientização.

Por Programa Escola Sem Bullying

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