Combate às síndromes metabólicas e doenças cardiovasculares
Resumo: O sedentarismo representa um fator de risco para o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis, assim, sabe-se da importância da força para manutenção da saúde e para prevenção de doenças, pois, níveis adequados de força e resistência muscular são importantes para manutenção da saúde e fundamentais para os esportes. O TF é uma forma de auxiliar no combate à síndrome metabólica e doenças cardiovasculares, visto que por meio da sua prática ocorrerá um maior dispêndio energético diário, promovendo benefícios no processo para a saúde, no emagrecimento, o aumento de massa muscular, a diminuição do percentual de gordura e o aumento nos níveis de excesso de consumo de oxigênio pós-exercício. Isso nos faz refletir sobre o tempo total de aulas de Educação Física e participação dos alunos, pois, um ajuste no planejamento das aulas pode ser um passo fundamental para enfrentar o crescente problema de saúde pública relacionado ao sedentarismo e às doenças crônicas degenerativas.
Benefícios do treinamento de força e a carga horária reduzida nas aulas de Educação Física
As doenças cardiovasculares (DCV), se apresentam como uma das principais causas de morte no mundo, sendo responsáveis por aproximadamente 18 milhões de mortes, atingindo 27,5% dos adultos e 81% dos adolescentes. Quando avaliamos os dados a nível Brasil, as DCV representam aproximadamente 30% do total de óbitos, gerando um custo de mais de 750 milhões de dólares por ano, sendo, portanto, um sério problema de saúde pública (WHO, 2018, p. 2). O sedentarismo representa um sério fator de risco para o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) como DCV, diabetes tipo 2 e alguns tipos de câncer (WHO, 2018, p. 3). Estudos nacionais vêm apresentando uma alta prevalência desses fatores de riscos em crianças e adolescentes, o que representa uma ameaça à saúde e à qualidade de vida adulta.
Atualmente, sabe-se da importância da força para manutenção da saúde e para prevenção de doenças, pois, níveis adequados de força e resistência muscular são importantes para manutenção da saúde e fundamentais para os esportes. Deste modo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a realização de 60 minutos de exercício físico em intensidade moderada a vigorosa diariamente para obter benefícios nos sistemas cardiovascular, neuromuscular e musculoesquelético em pessoas jovens (entre 5 e 17 anos de idade) (WHO, 2018, p. 3).
Seria importante cada vez mais os alunos da educação básica terem o contato com exercícios, atividades e aulas que inserissem a modalidade de força, pois, o treinamento de força (TF) vem se consolidando como uma importante modalidade para obter relevantes adaptações e resultados musculares tanto para atletas, que desejam obter aumentos na força, potência e hipertrofia, quanto para indivíduos ativos que visam o fortalecimento do corpo e a prevenção de doenças (SCHOENFELD; PETERSON; OGBORN; CONTRERAS et al., 2015, p. 2). Deste modo, saber dos benefícios dos exercícios de força nas aulas de Educação Física é extremamente importante para o professor que estará conduzindo suas turmas ao longo do ano letivo.
O TF é uma forma de auxiliar no combate à síndrome metabólica e doenças cardiovasculares, visto que por meio da sua prática ocorrerá um maior dispêndio energético diário, promovendo benefícios no processo para a saúde, no emagrecimento, o aumento de massa muscular, a diminuição do percentual de gordura e o aumento nos níveis de excesso de consumo de oxigênio pós-exercício. Os principais benefícios do TF focam no auxílio dos profissionais da saúde e professores da educação básica a utilizarem esta forma de modalidade de exercícios para promover melhoras na força, resistência muscular e potência (MAESTRONI; READ; BISHOP; PAPADOPOULOS et al., 2020, p. 3).
Com base nestes dados, é interessante avaliar se a carga horária das aulas de educação física é insuficiente para trazer os benefícios citados anteriormente, pois, aplicar tudo que a educação física pode proporcionar comapenas um período semanal ou dois de 50 minutos, é muito pouco. Em um estudo, sobre o tempo ativo nas aulas de educação física do ensino fundamental, aponta que o tempo de aprendizagem ativa é de 29% do total da aula, enquanto o tempo de espera é de 44,9%, de instrução 8,6%, e administrativo 16% (CARNIEL, 2003, p. 1). Isso nos faz refletir e deixar uma pergunta importante no ar, pois será que os jovens irão valorizar a prática de exercícios físicos no futuro, com tão pouco tempo de aulas de educação física?
Conclusão
Assim, apesar da carga horária reduzida dessas aulas, que limita o tempo disponível para atividades variadas, o foco em exercícios de força pode proporcionar benefícios significativos, visto que esses exercícios ajudam a melhorar a composição corporal, fortalecer o sistema cardiovascular e promover a saúde metabólica desde cedo. Um ajuste no planejamento das aulas pode ser um passo fundamental para enfrentar o crescente problema de saúde pública relacionado ao sedentarismo e às doenças crônicas degenerativas.
Referências Bibliográficas
MAESTRONI, L.; READ, P.; BISHOP, C.; PAPADOPOULOS, K. et al. The Benefits of Strength Training on Musculoskeletal System Health: Practical Applications for Interdisciplinary Care. Sports Med, 50, n. 8, p. 1431-1450, Aug 2020.
SCHOENFELD, B. J.; PETERSON, M. D.; OGBORN, D.; CONTRERAS, B. et al. Effects of Low- vs. High-Load Resistance Training on Muscle Strength and Hypertrophy in Well-Trained Men. J Strength Cond Res, 29, n. 10, p. 2954-2963, Oct 2015.
CARNIEL, M. Z. O tempo de aprendizagem ativa nas aulas de educação física escolar em cinco escolas particulares da cidade de Porto Alegre, RS. 2003. 39 f. Monografia (Trabalho de conclusão de curso). Faculdade de Educação Física, UNILASALLE, Centro Universitário, Canoas, 2003.
World Health Organization. Global Action Plan on Physical Activity 2018– 2030: More Active People for a Healthier World. Geneva: World Health Organization (2018).
Por Diogo Van bavel e Fábio da Silva Gama
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